Você já imaginou estar mexendo em alguma rede social e ser abordado por um funcionário de uma empresa te oferecendo uma oportunidade boa demais para ser verdade e pedindo seu WhatsApp? Esse é o primeiro passo do golpe do funcionário falso.
O uso de uma empresa passa confiança e acaba fazendo com que as vítimas abaixem a guarda. Afinal de contas, é normal que o usuário confie em alguém que se diz parte de uma grande companhia. Sabendo disso, os golpistas se utilizam da engenharia social para se passar por funcionários e enganar as vítimas com mentiras e histórias bem contadas.
Em 2024, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 105 mil pessoas foram vítimas do golpe do falso funcionário de banco, uma das três mais relatadas, junto com o esquema do WhatsApp (153 mil vítimas) e as falsas vendas (150 mil vítimas). O prejuízo total causado por esses crimes chegou a R$10,1 bilhões, alta de 17% em relação ao ano anterior.
Hoje, vamos explicar como funciona o golpe do falso funcionário, quais estratégias os criminosos mais usam e como se proteger. Também preparamos orientações práticas sobre os próximos passos caso você desconfie ou pense: fui vítima de estelionato pela internet, o que fazer?

Entenda o golpe do funcionário falso
A dinâmica é bem pensada e leva a vítima a acreditar que aquele contato é feito, realmente, por um funcionário da empresa. Tudo começa com um perfil no Instagram bem construído. Ele tem bio, fotos e faz qualquer um acreditar que o criminoso atua em algum lugar conhecido. Muitas vezes, para ser ainda mais convincente, as fotos usadas pertencem a funcionários reais, retiradas do Linkedin.
Por mensagens diretas, eles oferecem oportunidades exclusivas de liberação de empréstimos, aquisição de maquininhas ou redução de taxas, investimentos, dentre outros produtos e serviços para chamar a sua atenção.
Para fornecer mais detalhes sobre as ofertas, os fraudadores solicitam o seu contato do WhatsApp e te induzem a passar dados bancários e pessoais, validar QR Codes, baixar aplicativos ou clicar em links maliciosos que podem controlar seu celular remotamente, caracterizando o golpe da mão fantasma.
Essas ações fazem parte de um conjunto de técnicas conhecido como engenharia social, que explora a confiança e a falta de atenção da vítima. No caso do phishing, por exemplo, o golpista simula comunicações legítimas para induzir cliques em links falsos ou o envio de informações confidenciais. A melhor forma de se proteger é manter atenção redobrada, desconfiar de ofertas fora do comum e sempre verificar se o contato é realmente oficial.
A seguir, separamos outras possíveis abordagens que podem ser usadas.
Falsa central telefônica
No golpe da falsa central, os golpistas simulam o atendimento de uma central oficial, muitas vezes usando números de telefone com DDDs conhecidos e gravações automatizadas para dar mais veracidade à ligação.
Durante o contato, eles se identificam como representantes de instituições financeiras ou empresas de serviços. Com um discurso estruturado, criam histórias para justificar o motivo da ligação, como uma suposta movimentação suspeita na conta ou a necessidade de atualização cadastral.
O objetivo é conquistar a confiança da vítima para, em seguida, solicitar informações sensíveis, como número do cartão, senhas ou códigos enviados por SMS. Em alguns casos, também induzem o usuário a instalar aplicativos que viabilizam acesso remoto ao celular, facilitando o roubo de dados e valores.
Transferência bancária ou empréstimo
Há situações em que o golpista simula a oferta de um empréstimo com condições atrativas, com taxas de juros reduzidas ou prazos facilitados. Ele se apresenta como representante de uma instituição financeira ou correspondente autorizado e entra em contato por telefone, e-mail ou redes sociais.
Para liberar o valor, solicita que a vítima realize pagamentos antecipados sob justificativas como taxa de liberação, seguro, depósito de garantia ou custo de processamento. Após o pagamento, o criminoso encerra o contato e o valor prometido nunca é liberado.
SMS ou e-mail com alerta falso
Os criminosos enviam mensagens de texto ou e-mails com aparência oficial, simulando comunicações de bancos, operadoras de cartão ou plataformas digitais. O conteúdo da mensagem normalmente informa sobre uma movimentação suspeita na conta ou um bloqueio de segurança, despertando medo ou urgência, e disponibiliza um link para que a vítima “resolva” o problema.
Acontece que, ao clicar neste link, o usuário é direcionado para um site falso, criado para se parecer com o site original da empresa. No ambiente fraudulento, a vítima insere seus dados pessoais e bancários, que são imediatamente capturados pelos criminosos. O site também pode instalar malwares que permitem o controle remoto do dispositivo, expondo ainda mais informações.
Oferta de redução de taxas de maquininhas
Nesse tipo de fraude, o golpista se apresenta como representante de uma empresa de meios de pagamento e oferece maquininhas com taxas abaixo do mercado, supostamente como parte de uma campanha promocional exclusiva. Ele pode usar nomes de marcas conhecidas e perfis falsos nas redes sociais que simulam o atendimento oficial.
Para parecer legítimo, o criminoso fornece detalhes técnicos do equipamento, apresenta supostos benefícios e compartilha imagens ou documentos falsificados. A vítima, atraída pela oferta, é orientada a fazer um pagamento antecipado ou fornecer dados bancários para “reserva do equipamento”. Depois de enviar as informações ou o valor, o contato é encerrado, e o produto nunca é entregue.
Quer saber mais sobre o golpe do falso funcionário? Assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/shorts/7baU0vw70Ug
Cuidados para não cair em golpes no dia a dia!
Você não precisa desativar todas as suas contas em redes sociais de uma hora para outra. É claro que quando sabemos de um novo golpe na praça, ficamos inseguros. Mas, incluir algumas atitudes na rotina podem te ajudar a se proteger. Confira 4 dicas para se proteger do golpe do falso funcionário:
1. Não compartilhe dados de cartão e senhas
Umas das formas de um falso funcionário aplicar o golpe é perguntando sobre informações confidenciais, como número do cartão, o CVV — os 3 números que aparecem no verso do cartão — e senha. Nunca passe esses dados em conversas por telefone, e-mail ou Whatsapp, principalmente para desconhecidos.
2. Não clique em links suspeitos
No golpe do falso funcionário, em alguns casos, o “pulo do gato” é a instalação de um aplicativo malicioso. Por isso, jamais clique em links suspeitos, mesmo que enviados por pessoas conhecidas, uma vez que podem conter vírus ou levar a sites fraudulentos.
3. Desconfie de contatos de empresas
Bancos, seguradoras e outras empresas não pedem o seu número de telefone pelas redes sociais e muito menos dados pessoais. Caso receba este tipo de mensagem, bloqueie a pessoa e entre em contato com a companhia através dos canais oficiais de atendimento.
4. Não acesse aplicativo de banco ou faça empréstimos e transferências quando mandarem
Caso entrem em contato pedindo que realize alguma operação no seu aplicativo de banco, como empréstimos, PIX, pagamentos de boletos, recuse a oferta. Isso pode ser indício de fraude ou uma forma de te induzir a fazer transferências e pagamentos que você não gostaria.
PagBank: mais segurança na sua vida online!
O golpe do falso funcionário é mais uma tentativa de se aproveitar das facilidades do atendimento online para criar vítimas. Infelizmente, esse tipo de atitude vem crescendo. Porém, adicionando alguns hábitos na sua vida, é possível se proteger dos golpes de engenharia social.
As táticas usadas sempre apelam para a manipulação, mentira e a criação de histórias falsas para enganar a vítima. Assim, não há ameaça ou algum tipo de coerção, apenas um truque bem aplicado.
Caso tenha dúvidas sobre como denunciar um falso contato, acesse o artigo: Como denunciar um golpe ou uma fraude? Mas, se quiser denunciar o ato malicioso, entre em contato e fale conosco.
Para ter mais proteção ao mexer no seu celular, confira alguns conteúdos que irão te ajudar: