Você já está de olho nas promoções da Black Friday? Então é bom ligar o alerta: a tão esperada data de descontos também atrai muitos golpes. Não é à toa que ela ganhou o apelido de black fraude. Enquanto os consumidores buscam ofertas, os criminosos aproveitam o aumento nas compras online para aplicar fraudes cada vez mais sofisticadas.
Dados recentes do Mapa da Fraude 2025 mostram que, mesmo com uma leve queda nas tentativas de fraude em comparação ao ano anterior, os golpes estão mais direcionados e perigosos. Foram 2,8 milhões de tentativas só no e-commerce, totalizando R$ 3 bilhões em potenciais perdas. O valor médio das transações fraudulentas subiu para R$ 1.072,33, o que indica um foco claro dos golpistas em produtos de maior valor agregado, como os eletrônicos e eletrodomésticos.
Neste conteúdo, você vai entender quais são os principais golpes da Black Friday, como eles acontecem e o que fazer para se proteger. Também vamos falar sobre a famosa expressão “black fraude tudo pela metade do dobro” e explicar como agir caso você caia em um golpe. Aproveite a leitura e veja como aproveitar as promoções com mais segurança e tranquilidade.
O que é Black Fraude e por que se chama assim?
A Black Friday se consolidou como uma das datas mais esperadas do ano. Mas, com o tempo, junto dos grandes descontos, veio também uma onda de desconfiança. Foi assim que surgiu o termo black fraude – uma resposta direta aos abusos e aos golpes que passaram a marcar o período.
O nome não é exagero. Muita gente já se frustrou ao descobrir que aquela promoção “imperdível” escondia um preço inflado dias antes da oferta. Esse tipo de prática é tão comum que virou meme: black fraude tudo pela metade do dobro. A sensação é de estar sendo enganado enquanto se pensa estar fazendo um bom negócio.
Se antes o risco era pagar mais caro achando que estava economizando, hoje o cenário é ainda mais grave. Os golpes evoluíram e se tornaram mais sofisticados e perigosos. Conforme o Mapa da Fraude 2025, que citamos antes, os produtos mais visados são:
- Celulares com ticket médio de R$ 2.788;
- Acessórios eletrônicos (R$ 2.295);
- Eletrodomésticos (R$ 2.701);
- Itens de informática (R$ 2.658).
Ou seja, os alvos preferidos são exatamente aqueles que você talvez esteja planejando comprar nesta Black Friday, como um novo smartphone, uma smart TV ou aquela geladeira dos sonhos.
A boa notícia é que dá, sim, para aproveitar a data sem cair em ciladas. Mas, para isso, é preciso entender como os golpes funcionam e se antecipar. É sobre isso que vamos falar nos próximos tópicos.
Golpes da Black Friday que mais acontecem e como se proteger
Quando o assunto é black fraude, os criminosos não economizam na criatividade. Eles sabem que, na Black Friday, muita gente compra por impulso e, em meio à pressa, acaba não conferindo todos os detalhes de uma oferta. É justamente nessa brecha que os golpes acontecem.
Os ataques se repetem ano após ano, mas sempre com novas variações. Saiba quais são os mais comuns e como se proteger em cada situação.
Sites falsos muito parecidos
Um dos golpes mais sofisticados da Black Friday envolve a criação de sites falsos que imitam grandes varejistas. Eles são desenvolvidos para confundir, com o mesmo visual, cores e até logotipos das marcas originais. A diferença está em detalhes sutis, quase imperceptíveis, no endereço eletrônico. Um “l” pode ser trocado por um “I” maiúsculo, ou um domínio legítimo “.com.br” pode virar “.shop” ou “.top”.
Um levantamento da Branddi identificou que, às vésperas da Black Friday de 2024, mais de mil sites fraudulentos estavam ativos no Brasil, a maioria se passando por lojas já conhecidas do público. O problema se agrava porque muitos desses sites conseguem espaço em links patrocinados de buscadores e anúncios em redes sociais, ampliando a sensação de legitimidade.
E o golpe não para só na imitação. Muitos desses sites falsos oferecem descontos agressivos em produtos de alto valor justamente para atrair vítimas em busca de uma oportunidade “única”. O consumidor, confiante de que está em um site verdadeiro, fornece seus dados pessoais, cadastra o cartão de crédito e só percebe o erro quando o prejuízo já foi consumado.
Confira dicas para se proteger de sites falsos:
- Digite o endereço da loja manualmente: não confie em links recebidos por mensagens ou redes sociais;
- Verifique a URL: certifique-se de que o endereço contém “HTTPS” e que o cadeado de segurança aparece na barra do navegador;
- Use ferramentas de verificação: plataformas como Whois e SiteConfiável ajudam a confirmar a legitimidade de sites;
- Confirme o CNPJ: toda loja online legítima deve informar o CNPJ no rodapé. Copie e pesquise no site da Receita Federal para confirmar se a empresa realmente existe;
- Teste o atendimento: antes de comprar, tente usar os canais de contato oferecidos pelo site. Golpistas raramente têm atendimento funcional;
- Atenção a preços fora da curva: se o desconto parecer bom demais para ser verdade, esse pode ser justamente o alerta de que não é.
Ofertas e descontos falsos
Se tem um golpe que praticamente virou “marca registrada” da Black Friday é a prática conhecida como black fraude tudo pela metade do dobro. Nesse caso, algumas lojas aumentam o preço de um produto dias antes do evento e depois anunciam um “super desconto” que, na prática, nada mais é do que o valor original maquiado como promoção.
Esse comportamento não é exceção. Pesquisas de mercado mostram que 64% dos consumidores acreditam que a Black Friday está repleta de promoções enganosas. E com razão: muitos já passaram pela frustração de comprar um produto “com desconto de 50%” e, pouco depois, descobrir que o preço era o mesmo de semanas anteriores.
O problema é que, para quem está no clima da data, a pressa em aproveitar uma oferta pode falar mais alto do que a cautela. Veja como evitar as ofertas falsas:
- Monitore os preços com antecedência: use comparadores como Zoom Buscapé para acompanhar a variação dos valores ao longo dos meses e identificar se o desconto é verdadeiro.
- Ative alertas de preço: muitos aplicativos permitem configurar notificações quando um produto atinge determinado valor. Assim, você tem um histórico confiável em mãos.
- Analise a média de mercado: se um item está custando muito abaixo do preço praticado por várias lojas, desconfie. Descontos fora da realidade são sinal de golpe.
- Pesquise a reputação do lojista: confira avaliações de outros compradores em sites como o Reclame Aqui, fóruns e grupos de consumidores. Promoções reais dificilmente estão vinculadas a lojas desconhecidas e mal avaliadas.
- Fuja da pressão do relógio: cronômetros e mensagens como “restam apenas 2 unidades” são usados para acelerar a sua decisão. Se a oferta for autêntica, ela vai resistir à sua verificação.
Phishing e links de fraude
Se tem um golpe que cresce a cada ano é o phishing, aquele em que você recebe uma mensagem com um link aparentemente inofensivo, mas que na verdade foi criado para roubar os seus dados. Ele pode chegar por e-mail, SMS, WhatsApp ou anúncios nas redes sociais.
O texto geralmente promete um desconto exclusivo, um alerta de segurança ou um brinde irresistível, tudo para despertar sua curiosidade e fazer você clicar.
E o risco é enorme. Segundo o Panorama de Ameaças Cibernéticas 2025, da Kaspersky, só no Brasil foram bloqueados 553 milhões de ataques de phishing em 12 meses – uma média de 1,5 milhão de tentativas por dia.
O que torna o cenário ainda mais preocupante é o uso crescente da inteligência artificial pelos criminosos, que possibilita criar mensagens cada vez mais sofisticadas, com aparência genuína e até sem os costumeiros erros de português que antes denunciavam a fraude.
O grande perigo do phishing é que basta um único clique para dar acesso a dados bancários, senhas e até viabilizar a instalação de malwares no seu dispositivo. Por isso a importância de saber como se resguardar de links fraudulentos:
- Passe o mouse sobre o link antes de clicar: em computadores, essa ação mostra o endereço completo no canto da tela. Se o destino for diferente do prometido, não acesse;
- Nunca clique diretamente em links recebidos por mensagem, mesmo que pareçam vir de uma empresa conhecida. Prefira acessar o site oficial digitando o endereço no navegador;
- Verifique o remetente com atenção: empresas legítimas usam domínios corporativos, não e-mails genéricos como “@gmail.com” ou “@hotmail.com”;
- Use filtros de spam avançados: ajuste as configurações do seu e-mail para reduzir a chance de mensagens fraudulentas passarem pela caixa de entrada.
- Use autenticação em dois fatores: isso cria uma barreira extra caso suas senhas sejam expostas;
- Mantenha um antivírus atualizado: ele pode bloquear links maliciosos antes mesmo de você acessá-los.
Pix e boletos falsos
A praticidade do Pix e dos boletos digitais mudou a forma como compramos online, mas também abriu espaço para novos golpes. Durante a Black Friday, eles se tornam ainda mais comuns, já que os criminosos aproveitam a oportunidade para inserir chaves Pix falsas, QR codes adulterados e boletos clonados.
Funciona assim: você encontra uma oferta atrativa em um site ou rede social, faz o pedido e recebe os dados para pagamento. Tudo parece normal, mas o valor vai direto para a conta de um golpista:
- No Pix, a chave pode estar registrada em nome de pessoa física, ou até ter um CNPJ aparentemente válido, mas que não pertence à loja de fato;
- Nos boletos, os fraudadores alteram a linha digitável, mantendo o layout igual ao original, dificultando a percepção do erro.
Uma pesquisa Datafolha realizada em 2025 revelou que 24 milhões de brasileiros já foram vítimas de fraudes envolvendo Pix ou boletos, com prejuízo estimado em R$29 bilhões. O valor médio perdido de cada pessoa chega a R$1.198,00, superando até outros crimes tradicionais como roubo ou furto de celular.
Confira alguns cuidados com Pix e boletos falsos:
- Confira os dados do destinatário antes de pagar: no Pix, veja se o nome e o CNPJ/CPF exibidos correspondem à loja. Nos boletos, observe atentamente a razão social e os primeiros dígitos da linha digitável;
- Use apenas canais oficiais: prefira gerar o boleto ou QR code diretamente no site ou aplicativo da loja, nunca por links enviados por mensagens;
- Faça uma checagem rápida no Busca Banco da Febraban: os três primeiros números da linha digitável identificam o banco emissor. Se não bater com o logo exibido no boleto, é fraude;
- Desconfie de urgência no pagamento: mensagens pressionando para concluir a compra rápido são estratégia de criminosos;
- Prefira cartões virtuais para compras de maior valor: caso haja fraude, o estorno costuma ser mais simples do que com Pix ou boleto.
Leia também: Como comprar pela internet com segurança? Confira 10 dicas para ter mais tranquilidade!
Posts falsos em redes sociais
As redes sociais e os aplicativos de mensagens também são terreno fértil para golpes na Black Friday. Aqui, os criminosos criam anúncios patrocinados com preços muito abaixo da média, perfis que imitam lojas conhecidas e grupos no WhatsApp e no Telegram prometendo promoções exclusivas.
O detalhe é que, muitas vezes, esses perfis exibem comentários e curtidas comprados, dando a impressão de engajamento real. Em outros casos, usam deepfakes com influenciadores e celebridades, fazendo parecer que aquela pessoa está recomendando a oferta.
O consumidor, diante desse contexto aparentemente confiável, clica no link e é direcionado para sites falsos que coletam seus dados ou finalizam transações fraudulentas.
Aprenda como reconhecer e evitar golpes em redes sociais:
- Analise o histórico do perfil: lojas legítimas costumam ter anos de publicações consistentes. Perfis recém-criados, com poucas postagens, merecem desconfiança;
- Verifique se há interação genuína nos comentários: respostas automáticas, genéricas ou repetidas são sinais de engajamento comprado;
- Desconfie de descontos exclusivos em grupos fechados: promoções reais geralmente estão disponíveis nos canais oficiais da loja;
- Confira se o link leva ao domínio correto: não confie apenas no botão do anúncio. Copie e cole o endereço no navegador para verificar se é o site oficial;
- Use buscadores de reputação: antes de comprar, pesquise o nome da loja no Reclame Aqui ou no Google seguido de palavras como “fraude” ou “reclamação”.
Caiu em um golpe? Saiba o que fazer!
Por mais atento que você seja, nenhum consumidor está completamente imune aos golpes da Black Friday. As táticas são cada vez mais sofisticadas, e é comum só perceber a fraude depois que o pagamento foi feito ou quando os dados já foram expostos.
Caso isso aconteça, não se desespere: existe um caminho a seguir para reduzir os danos e retomar o controle da situação. Veja o que fazer:
- Interrompa a transação: entre em contato imediatamente com seu banco ou instituição de pagamento. Muitos oferecem canais 24 horas para bloqueio de Pix, boletos ou cartões. Se for um cartão virtual, cancele e emita outro;
- Use o Mecanismo Especial de Devolução do Pix (MED): disponível em todos os bancos, permite solicitar a devolução de valores enviados por Pix em caso de fraude ou golpe. É importante acionar o banco o quanto antes, pois o prazo é curto.
- Registre um boletim de ocorrência: esse documento oficializa o golpe, ajuda em investigações e pode ser exigido em pedidos de estorno ou contestação de valores;
- Notifique os órgãos de defesa do consumidor: além do Procon, você pode registrar a ocorrência no site consumidor.gov.br, plataforma que conecta consumidores e empresas para solução de conflitos;
- Revise sua segurança digital: troque as senhas das contas que possam ter sido comprometidas (e-mail, apps de bancos, redes sociais). Se possível, ative a autenticação em dois fatores em todos os serviços;
- Monitore movimentações suspeitas: verifique seu extrato bancário, notificações do app do banco e faturas de cartão. Ative alertas em tempo real para ser informado sobre qualquer tentativa de transação;
- Reúna provas do golpe: salve links, e-mails, conversas em aplicativos e capturas de tela da oferta fraudulenta. Esses registros fortalecem a sua denúncia e ajudam as autoridades a rastrear o crime.
E tem mais: quanto mais rápido você compartilha o ocorrido, mais pessoas você protege. Avisar amigos e familiares sobre o golpe, denunciar o link em redes sociais ou em plataformas de busca também ajuda a reduzir o alcance da fraude.
O importante é entender que cair em um golpe não significa descuido ou falta de atenção. Os criminosos se especializam justamente em enganar até os consumidores mais cautelosos. O que faz diferença é como você reage e se prepara para não ser alvo novamente.
Fuja da Black Fraude com as dicas de segurança PagBank
A Black Friday é uma ótima chance para economizar, mas também é o período em que os golpes mais crescem. Depois de conhecer os riscos, você já sabe que não dá para comprar sem cautela. A diferença entre aproveitar um desconto legítimo e cair em uma black fraude está na forma como você se prepara.
E não se trata apenas de atenção ao preço: hoje os criminosos atuam em várias frentes. Por isso, informação e prevenção são os caminhos mais seguros para você não ser vítima.
O PagBank sabe disso e oferece soluções para que suas compras online sejam mais seguras:
- Cartão virtual: ideal para compras pela internet, pode ser apagado e recriado a qualquer momento, reduzindo os riscos em caso de vazamento;
- Autenticação em dois fatores: garante uma camada extra de segurança nas suas transações, mesmo que sua senha seja descoberta;
- Alertas em tempo real no app: notificam qualquer movimentação na sua conta, permitindo agir rapidamente em caso de tentativa de fraude;
- Conteúdos exclusivos de segurança: no blog, você encontra orientações atualizadas para identificar golpes e se resguardar em datas como a Black Friday.
Com esses e outros recursos, você pode focar no que realmente importa: comprar com tranquilidade e aproveitar descontos de verdade, sem cair em armadilhas.
Quer reforçar ainda mais a sua proteção? Acesse outros conteúdos sobre segurança e entenda como se blindar contra a black fraude.